Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando a Orquestra Tabajara, que deixa um legado muito grande para a história da música brasileira.

A Orquestra Tabajara foi fundada em 1934 na cidade de João Pessoas (Paraíba) pelo músico holandês Oliver Von Sohsten que auxiliou na sua formação, fornecendo instrumentos e partituras, muitos trazidos dos Estados Unidos. À época da fundação, a orquestra levava o nome de Jazz Tabajara. Em 1937, com a inauguração da Rádio Tabajara, a orquestra foi contratada para fazer parte de seu elenco. Nesse período, o saxofonista Severino Araújo, aos 21 anos, assumi a direção da orquestra. Ele é filho de um professor de música e regente de banda. Aos seis anos começou a estudar música com o pai e, aos oito, tornou-se seu assistente. Com 12 anos, já tocava clarinete. Aos 16, iniciou a carreira artística fazendo arranjos para a banda da cidade. Sua fama espalhou-se e, em 1936, integrou como clarinetista a banda da Polícia de João Pessoa, em seguida assumiu a Orquestra Tabajara, onde teria sua carreira confundida com a dela, que se tornou uma das mais famosas e populares do Brasil. Contava também com vários músicos conhecidos. Ganha o nome de Tabajara para homenagear a rádio.

A orquestra permaneceu por 10 anos como contratada da Rádio Tupi. Posteriormente, passou mais cinco anos na Rádio Mayrink Veiga, 10 na Rádio Nacional e cinco na TV Rio, onde Severino se destacou com a excelente execução da Abertura do Guarani de Carlos Gomes, no 1.º festival internacional da Canção, apresentado pela emissora.

A orquestra realizou muitas apresentações em locais como Teatro Municipal, Hotel Glória e excursões pelo Brasil e exterior como Paris, Madri, Lisboa, Buenos Aires e Montevidéu. Muitos cantores queriam ser crooner da orquestra. 

Em 2006, Severino Araújo deixou o comando da Orquestra Tabajara. Araújo após estar à frente por 74 anos. Seu irmão Jayme Araújo, em 2006, assumiu o comando do grupo. Desde 2017 está sob a batuta do maestro Francisco Araújo, filho de Severino. 

Revisão ortográfica: Anne Preste