Panorama da Música Brasileira do século XX

Orquestra Nelson Ayres

Bernadete Siqueira

22.07.2021

O panorama DA Orquestra nelson Ayres

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando a Orquestra Nelson Ayres, importante maestro na música instrumental brasileira contemporânea.

Foto: Paulo Ropoport/Divulgação

Nelson Luís Ayres de Almeida Freitas, popularmente conhecido Nelson Ayres é pianista, arranjador, compositor e regente. Aos sete anos inicia seus estudos de acordeon, aos 12 anos aprende piano e posteriormente estuda regência. Na década de 1960, atua como pianista da banda São Paulo Dixieland Band. A partir de 1967, é arranjador em rádio, televisão e discos.

Além dos grupos dos quais faz parte, grava como pianista, desde 1964 com grandes cantores. Entre 1969 e 1972 torna-se, ao lado de Vitor Assis Brasil, o primeiro estudante brasileiro da Berklee School of Music (Boston, Estados Unidos), onde tem aulas de piano e de composição. De volta ao Brasil, organiza seminários sobre técnicas de orquestração, arranjo e interpretação que originam a “Nelson Ayres Big Band” (1972-1981). Na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) de 1978 a 1980 segue estudando piano e composição. Em 1979, participa da comissão organizadora do 1o Festival de Jazz de São Paulo, no ano seguinte funda o grupo Pau Brasil, com o qual realiza turnês pela Europa e Japão até 1990. Em 1984, realiza o espetáculo o Prisma com o arranjador César Camargo Mariano, um dos primeiros a utilizar a tecnologia eletrônica e computacional no país. Desse projeto, a faixa “Cidade Encantada” integra a trilha sonora da primeira versão da novela Ti Ti Ti (1985), da TV Globo.

Na década de 1990, torna-se diretor artístico e regente da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo (1990-1999), para a qual escreve mais de uma centena de arranjos. Retoma o piano com o Nelson Ayres Trio e com o grupo Pau Brasil. Também é regente convidado da Orquestra Jovem Tom Jobim, da Filarmônica de Israel e da Sinfônica de Jerusalém. Escreve música para teatro, como Chiclete com Banana (1968), O Xangô de Baker Street(2001)t e O Menino da Porteira(2009); dança, como Cidadão Corpo e ópera (1996), como Ópera dos 500. Em sua discografia destaca-se Villa-Lobos Superstar (2011), melhor disco instrumental, o 24º Prêmio da Música Brasileira.

De 1996 a 2001, coordena a área de música do Instituto Itaú Cultural e leciona no Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp. A partir de 1997, preside o corpo de jurados do Prêmio Visa de Música Brasileira, promovido pela Rádio Eldorado SP. Entre 2002 e 2005, apresenta o programa Jazz & Cia da TV Cultura.

Atualmente Nelson Ayres é membro do Conselho Artístico da Orquestra Jovem Tom Jobim e sob sua regência com Tiago Costa, promove um programa dedicado aos clássicos do rock como David Bowie, Beatles, Led Zeppelin, Nirvana, Barão Vermelho, entre outros. As apresentações acontecem nos dias 30 de julho, sexta, às 20h, e 1º de agosto, domingo, às 11horas no Theatro São Pedro, localizado no bairro da Barra Funda. O evento também será transmitido ao vivo, gratuitamente, pelo canal no YouTube da EMESP Tom Jobim (www.youtube.com/tjemesp).

Fonte de referência:


Revisão ortográfica: Indira Rodrigues

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.