Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.
Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.
Sim, para futuras gerações! A música não morre.
Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira do século XX apresentando a Orkestra Rumpilezz, a cultura ancestral da música baiana.
A Orkestra Rumpilezz é formada de percussão e sopros criada em 2006 pelo maestro, compositor e arranjador Letieres Leite.
O nome da orquestra resulta da aglutinação dos nomes de três atabaques usados no candomblé (rum, rumpi e lé), com as últimas letras da palavra jazz. “Dos cinco percussionistas da orquestra, três pelo menos são fortemente ligados ao candomblé. São eles que tocam os instrumentos. O rum, o mais sacro, só uma pessoa entre os percussionistas toca”, explica Letieres Leite.
Trata-se de uma orquestra de música popular instrumental que acrescenta à música ancestral baiana uma roupagem harmônica moderna, com percussão de matriz africana e sob influência do jazz moderno. Tanto as composições como os arranjos de autoria de Letieres Leite são concebidos a partir das claves e desenhos rítmicos do universo percussivo da Bahia, com inspiração em grandes agremiações percussivas de Salvador como o llê aiyê e oludom, no samba de roda do recôncavo e no candomblé.
Letieres Leite desde cedo tendeu para o campo artístico. Primeiramente, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. E em 1979 deu início ao estudo de música com um grupo de amigos. Autodidata, aprendeu a ler e a tocar flauta e, depois, sax. Estudou no Franz Schubert Konservatorium, em Viena (Áustria). Desde então, vem se apresentando com inúmeros músicos e em festivais no Brasil e na Europa.
Criou o Estúdio Letieres Leite, para ensaio e gravação no Pelourinho. Foi professor no curso de extensão em saxofone da Faculdade de Música da Universidade Federal da Bahia entre 1998 e 1999. Fundou a AMBAH (Academia de Música da Bahia). O maestro gravou e se apresentou com grandes artistas.
Atualmente desenvolve trabalhos como produtor e diretor musical de diversos projetos próprios e de terceiros. Um dos seus projetos é o Letieres Leite Quintet: afro-jazz instrumental, executando temas autorais e mesclando o conceito de jazz e o universo percussivo baiano. Em paralelo, Letieres é regente da Orkestra Rumpilezz. Responsável por todo o conceito, pelas composições e pelos arranjos. Existem, além de tudo isso, projetos afluentes à orquestra: Rumpilezz de Saia, formado por mulheres, e Rumpilezzinho, voltado à formação infantil.
Revisão ortográfica: Anne Preste
Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.
Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.
Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.
Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.
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