Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.
Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.
Sim, para futuras gerações! A música não morre.
Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira do século XX apresentando o Maestro Spok, que encanta plateias com talento e profissionalismo.
Maestro Spok, nome artístico do pernambucano Inaldo Cavalcante de Albuquerque, é um saxofonista e compositor de frevo, diretor da big band SpokFrevo Orquestra, cujo principal objetivo é divulgar o frevo no Brasil e no mundo. É apontado por especialistas como o mais novo embaixador do frevo. Tornou-se logo um dos artistas mais respeitados de Pernambuco, tendo participações especiais, desde os anos 1990.
Segundo depoimento do próprio, quando chegou a Recife aos 16 anos, ouviu um som vindo de um carro que chamou sua atenção. Tratava-se do sax de Felinho, em improviso sobre o clássico "Vassourinhas". Já acompanhando Antônio Nóbrega num festival de jazz, anos depois, lembrou-se de Felinho e seu improviso, e veio-lhe a ideia de formar uma orquestra em que as partituras seriam apenas mais um acessório para os músicos. O repertório da orquestra é composto de frevos-de-rua, puramente instrumentais, e frevos-canções, novos e já consagrados. Desde seu surgimento, o grupo conquistou a admiração do público, lotando a agenda de apresentações e levando o frevo a diversas apresentações no Brasil e no exterior. Em agosto de 2003 tocaram com sucesso no festival Les Rendez-vous de L´Erdre, em Nantes (França), no V Mercado Cultural de Salvador (BA), quando foram comparados a Luckman Jazz Orchestra de Los Angeles, pelo escritor e saxofonista Luís Fernando Veríssimo.
A composição da Big Band: Saxofone Spok - Inaldo, Gilberto Pontes, Gilmar Black e Gustavo Anacleto. Enok Chagas, José Francisco (Pêto), Alexandre Papalégua, Germerson Silva Neto, Jailson Silva, e Fábio Costa.
Trombones: Nilsinho Amarante, Marcílio Batista, Cléber Silva, Flávio Souza, Jorge Guerra. Percussão: Adelson Silva, Augusto Silva, Elisângelo de Oliveira (Dedé). Baixo: Hélio Silva. Guitarra: Renato Bandeira.
Formada por esses jovens músicos pernambucanos, a orquestra surgiu dando ao frevo um tratamento diferenciado, com arranjos modernos e harmonias que buscam a liberdade de expressão em improvisos, com clara influência do Jazz.
No final de 2004, com sete anos de estrada, lançaram o CD "Passo de Anjo", que foi considerado um clássico do gênero pela crítica especializada, por trazer releituras de antigos sucessos e novas composições
Spok atualmente é músico e arranjador da Banda Sinfônica da Cidade do Recife, e é integrante da banda do cantor e compositor Raimundo Fagner.
Referências:
Revisão ortográfica: Leilaine Nogueira
Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.
Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.
Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.
Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.
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