Panorama da Música Brasileira do século XX

Maestro Duda

Bernadete Siqueira

30.09.2021

O panorama do maestro duda

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira do século XX apresentando o Maestro Duda, gênio da composição de frevos .

O seu nome de batismo é José Ursicino da Silva. Contudo, no mundo do frevo é conhecido como Maestro Duda. Filho da terra de músicos, nascido no interior de Pernambuco. Aos oito anos, começou a estudar música, aos dez, já era integrante da Banda Saboeira e logo escreveu sua primeira composição, o frevo “Furacão”, primeiro passo para se tornar um dos maiores músicos brasileiro.

Maestro Duda é referência no cenário cultural do frevo, como arranjador musical, oboísta, saxofonista, regente, compositor e instrumentista. Chegou a tocar oboé na Orquestra Sinfônica do Recife e formou várias bandas de frevo, tendo a carreira repleta de sucessos na música e no teatro. Foi chefe do Departamento de Música da TV Jornal do Comércio e trabalhou na TV Bandeirantes em São Paulo.

Em 1970, voltou para o Recife, tornando-se a integrar a Orquestra Sinfônica e a atuar como professor-arranjador do Conservatório Pernambucano de Música. Compositor de diversos frevos, choros e sambas gravados por Jamelão, músicas para Quinteto de Sopros e Quinteto de Metais, banda e orquestra. Recebeu o prêmio de melhor arranjo de música popular brasileira em 1980, em concurso promovido pela Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos. Em 1985, sua orquestra representou o Brasil na Feira das Nações em Miami, na Flórida-EUA. Em 1987, foi responsável pelo arranjo, regência e direção artística em todas as músicas da terceira edição da série “Compositores pernambucanos”.

Foi escolhido pelo Projeto Memória Brasileira, da Secretaria de Cultura de São Paulo, como um dos 12 melhores arranjadores do século. Reconhecida sua excelência cultural, foi eleito como Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco em 2010, e homenageado pelo carnaval do Recife em 2011. Entre 2019 e 2020, foi uma das principais atrações do carnaval do Recife antigo. Teve músicas gravadas no exterior, estando presente em mais de 100 discos. Foi eleito por diversas vezes o melhor arranjador do Nordeste.

Revisão ortográfica: Anne Preste

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto