Panorama da Música Brasileira do século XX

Maestro Cipó

Bernadete Siqueira

02.09.2021

O panorama Do maestro cipó

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando o Maestro Cipó, considerado um orquestrador inovador.

Maestro Cipó, nome artístico de Orlando Silva de Oliveira Costa (Itapira-SP). Cipó foi apelido que ganhou por ser muito magro. Abandonado pela mãe, foi criado por uma parteira inglesa dona Genny Zozimo, a Gina Parteira. Desde cedo, o maestro Cipó teve a oportunidade de receber as primeiras noções musicais. Ingressou no universo musical após aprender a tocar clarinete, aos dez anos. Foi um saxofonista, arranjador, compositor musical e líder de orquestra. Seu gênero musical samba-jazz e choro.

Aos 18 anos mudou-se para a capital paulista e tocou no conjunto do maestro Gaó. Em 1943, aos 21 anos foi para o Rio de Janeiro, contratado pela orquestra de Simon Boutman. Em 1946, gravou seu primeiro disco, pela Continental, que saiu com o título de “Cipó e Sua Orquestra”.

Na década de 1950 ingressou na Rádio Tupi, como arranjador e neste mesmo ano formou a Orquestra do Maestro Cipó e esteve à frente da mesma, por mais de 20 anos. Fundou também uma gravadora de jingles, a ”Tape Spot”.

Em 1958 foi convidado pelo diretor Watson Macedo para realizar a trilha-sonora do filme "Alegria de Viver", assim como de mais cinco filmes.

Em 1961, participou da I Semana de Música de Vanguarda. Ainda nos anos 1960, tornou-se diretor musical da TV Tupi.

Nos anos 1960 e 1970 participou de dezenas de programas musicais produzidos pelas tevês Tupi, Rio, Excelsior, entre outras.

Em 1965 regeu a orquestra na gravação do primeiro álbum de Maria Betânia. Neste mesmo ano, e nos três anos subsequentes, foi participante ativo, como diretor musical do Clube de Jazz e Bossa, dirigido por Jorginho Guinle e Ricardo Cravo Albin, em várias casas noturnas do Rio.

Era casado com Carmem Costa e tiveram dois filhos. O maestro faleceu em 1992 no Rio de Janeiro aos 73 anos.


Revisão ortográfica: Anne Preste

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto